Durante os últimos séculos, assistimos a história de Queda de Roma se repetir inúmeras vezes. Esses eventos nos ensinam que sempre que um governo precisa de dinheiro, ele adota uma dessas 4 opções:
A impressão de dinheiro é a opção que causa menos danos às imagens dos políticos no curto prazo, mas ela é catastrófica no longo prazo. Quando existe uma restrição natural, como o lastro do ouro, o governo precisa se disciplinar e os abusos se tornam mais difíceis. Historicamente o ouro sempre agiu como uma força de controle contra o abuso dos governo. A História dos Estados Unidos nos mostra isso.
O conceito e a tecnologia do papel-moeda já haviam sido criados e utilizados já há bastante tempo. Das notas conversíveis dos banqueiros da Europa aos Mongóis da China. Mas a história do papel-moeda encontrou um solo realmente fértil junto aos americanos e o papel-moeda teve um grande papel no processo de independência das colônias americanas. A Guerra da Independência Americana é conhecida como a primeira guerra a ser financiada com papel-moeda.
A Guerra da Independência dos EUA, ocorrida entre 1775 e 1783, foi um conflito que resultou das tensões entre as Treze Colônias americanas e o Governo Britânico. A insatisfação colonial começou com a imposição de taxas, impostos e leis consideradas injustas. Mas o Congresso Continental -organização representante das Treze Colônias-, não tinha dinheiro para financiar um exército para impor sua reivindicação de independência contra a Grã-Bretanha.
Então, o Continental pegou empréstimos com a França, Espanha e com investidores privados holandeses. Em 1775, eles começaram a emitiram papel-moeda, na forma de letras de crédito, que supostamente estavam lastreadas em ouro e prata, para financiar a Independência. Mas a guerra durou muito mais tempo do que imaginavam.
Em 1789, o Departamento do Tesouro Americano foi criado para gerenciar a emissão de títulos que financiariam a guerra da independência dos EUA.O Primeiro Secretário do Tesouro, Alexander Hamilton, disse na inauguração do Departamento:
"Uma dívida nacional, se não for excessiva, será para nós uma bênção nacional."
Porém, no início de 1781, o Congresso já havia emitido US$ 241 milhões de Continentais (nome das letras de crédito) e cada título estava sendo negociado a uma taxa de 40: 1 dólar de prata. Um ano depois, o valor das notas caiu de 75: 1 dólar de prata. O Congresso não poderia cobrar impostos, já que uma das causas da luta pela independência era exatamente os impostos cobrados pela Grã-Bretanha e a desconfiança nas letras de crédito já começavam eclodir.
O excesso de emissão causou inflação severa, diminuindo o valor real do papel-moeda. A expressão **"not worth a Continental" (**não vale um Continental) tornou-se comum para descrever algo sem valor.
Após a guerra, para estabilizar a economia e restaurar a confiança na moeda, o governo dos EUA ofereceu trocar os Continentals desvalorizados por novos títulos do governo. Esses títulos geralmente tinham um valor nominal muito inferior ao original dos Continentals, muitas vezes a uma taxa de 100:1 ou mais. Os novos títulos eram geralmente pagos a longo prazo e tinham taxas de juros mais baixas, mas eram mais estáveis e confiáveis do que os Continentals. E ficou por isso mesmo.