Uma recessão é um período caracterizado por um declínio significativo e prolongado na atividade econômica, impactando diversos setores da sociedade. Tecnicamente, uma recessão é identificada quando o Produto Interno Bruto (PIB) de um país registra queda por dois trimestres consecutivos, ou seja, ao menos seis meses. No entanto, o impacto de uma recessão vai além dos números, afetando diretamente a vida das pessoas e o funcionamento da economia como um todo.
Durante uma recessão, observamos:
- Encolhimento do PIB: A soma de todos os bens e serviços produzidos no país diminui, refletindo uma economia em retração.
- Queda drástica na renda e no emprego: Milhões de pessoas perdem seus empregos ou enfrentam redução salarial. Por exemplo, na recessão de 2008 (Grande Recessão), os EUA perderam cerca de 8,7 milhões de empregos.
- Redução da produção industrial: Fábricas diminuem a produção ou até fecham, como ocorreu durante a crise do petróleo de 1973, quando a produção industrial caiu em diversos países.
- Desvalorização generalizada de ativos: Ações, imóveis, commodities e até criptomoedas (em recessões mais recentes) sofrem quedas acentuadas. Em 2020, durante a recessão causada pela pandemia, o S&P 500 caiu 34% em apenas um mês.
S&P 500 nas últimas recessões
O índice S&P 500, que acompanha as 500 maiores empresas americanas, é um termômetro do mercado. Durante a Grande Recessão (2007-2009), ele despencou 57% do pico ao fundo. Já na recessão de 2001 (após o estouro da bolha das empresas pontocom), a queda foi de cerca de 49%. Esses números mostram como até os "gigantes" do mercado sofrem em tempos de crise.
Mas, o mais importante, ele nos mostra ‘’quanto’’ os gigantes podem cair e que muito dificilmente as quedas são muito maiores que 20%.

Ouro, Prata e Petróleo nas Últimas Recessões
- Ouro: Frequentemente visto como um "porto seguro", o ouro tende a se valorizar em recessões. Em 2008, seu preço subiu cerca de 5% enquanto outros ativos colapsavam. Em 2020, atingiu recordes históricos, ultrapassando US$ 2.000 por onça.
- Prata: Mais volátil que o ouro, a prata pode tanto cair quanto subir. Durante a Grande Recessão, caiu 25% inicialmente, mas depois se recuperou.
- Petróleo: Sensível à demanda global, o petróleo despenca em recessões. Em 2020, durante a pandemia, o preço do barril de WTI chegou a valores negativos pela primeira vez na história, devido à paralisação econômica mundial.

Dados históricos interessantes(últimos 170 anos)
- 99% das empresas americanas desapareceram: Desde 1850, a imensa maioria das companhias não sobreviveu a ciclos econômicos, falências ou fusões.
- 33 recessões nos EUA: Isso equivale a uma média de uma recessão a cada 5 anos, embora o intervalo tenha aumentado com o tempo.
- 15% do tempo em recessão nos últimos 65 anos: Apesar das crises, a economia americana esteve em expansão por 85% desse período, mostrando resiliência.
- Quedas expressivas nas ações: Em ao menos 12 ocasiões, o mercado de ações perdeu mais de 33%, como na crise de 1929, quando o Dow Jones caiu 89%.